quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jogo da Bassula
 
A origem desta luta tradicional praticada pela comunidade axiluanda do litoral Luandense, com uma forte componente desportiva e recreativa Ilha do cabo era o centro da bassula. era lá que viviam os mais célebres executantes.
Durante séculos a Ilha foi habitada por exímios praticantes da Bassula.
As rasteiras, projecções e imobilizações são os golpes básicos da Bassula, que parece acusar influências de lutas orientas, tais as parecenças do judo.
O seu surgimento perde-se no tempo, dizendo alguns mestres que começaram a praticar em meados dos anos 30.
Para os pescadores era quase vital ser-se um bom lutador, tanto para a defesa da honra em certas ocasiões, na sequência deste ou daquele conflito com vizinhos ou rivais de outros bairros.
É referir também que estas batalhas campais ocorriam por ocasião do Carnaval, quando grupos de dança rivais se encontravam nas suas andanças pela cidade, envolvendo-se em violentos confrontos. Estas rixas só terminavam com a intervenção da polícia colonial, sob comando do Poeira, chefe de posto mais temido.
mobilizações são os golpes básicos da Bassula, que parece acusar influências de lutas orientas, tais as parecenças do judo.
O seu surgimento perde-se no tempo, dizendo alguns mestres que começaram a praticar em meados dos anos 30.
Para os pescadores era quase vital ser-se um bom lutador, tanto para a defesa da honra em certas ocasiões, na sequência deste ou daquele conflito com vizinhos ou rivais de outros bairros.
É referir também que estas batalhas campais ocorriam por ocasião do Carnaval, quando grupos de dança rivais se encontravam nas suas andanças pela cidade, envolvendo-se em violentos confrontos. Estas rixas só terminavam com a intervenção da polícia colonial, sob comando do Poeira, chefe de posto mais temido.
 by ilha de luanda
 
 
BASSULA NA CAPOEIRA
    BASSULA
      A capoeira do brasil

            As tormentas do Império ocasionou deslocação de pessoas entre as colónias  de Angola e o Brasil.  Por falta de mão de obra  na exploração do açucar milhares de  seres foram tranladados para o Nordeste do Brasil a fim de trabalhar nos engenhos.
 Ao longo do tempo e segundo os  ciclos de  desenvolvimento do açucar, do café e do algodão os escravos eram dispostos nas sanzalas dos engenhos.
Os fazendeiros à medida que enriqueciam iam tomando poder de coronéis  e porque assim eram conhecidos rodeavam-se de mestiços leais conhecidos por capitães do mato; eram estes que transmitiam as ordens do coronel aos escravos da sanzala.
O Brasil foi-se construindo numa mistura de culturas com gente ali chegada de muitos lados; pela quentura da terra  e pela força de quereres  naturais a mestiçagem aumentou concebida em rapadura de cana doce.
No século XIX e XX, em forma de resistência à opressão esclavagista, negros e não só, fugiram para sítios de difícil acesso e aonde viver era um jogo de azar ou sorte; no meio d´uma selva inóspita e alagada, os mosquitos só por si, dizimavam os aventureiros fujões por transmissão da malária. Aqui se formava o quilombo.
Os quilombos, em função das suas referências culturais, reuniam-se com a denominação de “Angola”; estes, de fala Bantu, tinham saído do Congo, Angola, Cabinda, Cassange ou Benguela e formavam regiões ou nações como eles próprios designavam. Estas nações,  compostas de Bakongos, Zairenses, Kwanzas ou Tchokwes da Lunda ou Ambuilas, junto com pretos de Minas, foram-se fundindo com crioulos e árabes do norte.
Esta mistura explosiva, adicionando árabes fortemente reivindicativos e organizados, na forma de jihad islâmica, foi capaz de originar um movimento pela retorna à sua África, dando origem aos  candomblés e, foi através destes, que fermentaram a religiosidade Afro-carioca, com rituais cristãos, práticas de missionação e cazumbis na cresça do seu  N´zambi (Deus).
O gozo da liberdade tinha um preço alto.           
Dissimuladamente, no terreiro da sanzala, os escravos entretinham-se quando o coronel permitia, a dançar de uma forma estranha; cabriolando, dando voltas retorcendo o corpo de uma forma espalhafatosa eles estavam treinando a capoira, forma de luta suave gingando o corpo.
 Os coroneis, seus capangas, cabras ou jagunços brancos, mestiços ou matutos não se apercebiam que aquela era uma forma de luta; despidos de armas, era desta forma, usando mãos e pés com ginástica ágil que estes negros teriam de usar em sua defesa no terreiro ou quilombo.
Esta forma estranha de dança não era mais do que a bassula dos pescadores da ilha de Luanda e de toda a costa a norte da antiga N´gola. Em terras de Manikongo na actual Cabinda  tinha o nome de camangula; recentemente estas formas de luta tomaram os nomes de esquindiva ou finta.
As grandes cidades, de forma abarracada, foram  crescendo em parte devido ao abastecimento barato saído dos quilombos. Rio de Janeiro, Iguaçu e Bahia de S. Salvador, beneficiaram com estes aglomerados a que hoje  se chamam de favelas. Penduradas morro acima, de longe, parecem cachos pintados a cor tijolo descarnado com  muitas latas a contornar supostos pátios. São autênticos bordados envelhecidos.
Os Iombas do norte da actual  Nigéria, originaram os Nagôs da Bahia, a que genéricamente se passaram a chamar de Umbandas.
A supressão do tráfico ilegal de escravos, por volta de 1850, foi em parte, o resultado da sublevação destas organizações Umbandas, ao qual os senhores Coronéis, donos de fazendas, engenhos e roças, passaram a enfrentar com medo.
Bassula, capoeira, esquindiva e camangula contribuiram para isso e, subsiste nas favelas.
 Entretanto, os crioulos, mulatos, filhos escondidos dos senhores patrões e mucambas, originaram este caso social que fascinou historiadores, sociólogos e viajantes estrangeiros, naquele mundo, aonde a noção de raça fugia à catalogação, que até então era tão básica.
O soba T´chingange


by Kimbo Lagoa

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segunda-feira, 25 de julho de 2011






MESTRE BIMBA


Manoel dos Reis Machado era filho de Luiz Cândido Machado e de Dona Maria Martinha do Bonfim, nasceu no dia 23 de novembro de 1899, no bairro do Engenho Velho em Salvador/BA, lado da Freguesia.

Seu apelido - BIMBA - resultou de uma aposta da parteira com a sua mãe, pois Dona Martinha acreditava que daria à luz a uma menina e a parteira dizia que seria um menino. A parteira ganhou a aposta e o pequeno Manoel recebeu o apelido de Bimba, por ser este o nome popular dado ao orgão sexual masculino na Bahia, referindo-se às crianças.

Começou na arte da capoeira com menos de 12 anos, tendo por mestre e professor um negro africano chamado Bentinho, que era capitão da Companhia Baiana de Navegação. Seu aprendizado com Bentinho durou cerca de quatro anos e após este período passou a ensinar o que aprendeu e lecionava Capoeira Angola na capitania dos portos da Bahia. Bimba fez isso por mais de dez anos.

Mestre Bimba fundiu a Capoeira Angola com o Batuque, um tipo de luta que aprendeu com o seu pai, que era campeão absoluto na Bahia, dando-lhe uma roupagem nova, um novo estilo, tornando-a mais rápida e ágil. Este novo estilo foi chamdo de Luta Regional Bahiana, por ser praticado, na época, somente na região de Salvador e mais tarde, já em franca expansão foi chamado de Capoeira Regional.

Em 1932, fundou sua primeira academia-escola de Capoeira Regional no Engenho de Brotas em Salvador. Era o Centro Cultural Físico Regional Baiano. a partir daí, Mestre Bimba começou a ser conhecido e ficar famoso e ganhou dentre muitos o título de "Pai da Capoeira Moderna".
Só em 1937 obteve o registro de sua academia junto à Secretaria de Educação, Saúde e Assistência Pública de Salvador e em 1942 fundou sua segunda academia no Terreiro de Jesus - rua das Laranjeiras, hoje rua Francisco Muniz Barreto, 1, onde continua funcionando, dob a direção de seu ex-aluno Vermelho-27.

Traído por falsas promessas do governo, falta de apoio e dificuldades financeiras, Mestre Bimba morreu no dia 15 de fevereiro de 1974, no Hospital das Clínicas de Goiânia, vítima de derrame cerebral.
Mestre Bimba foi carvoeiro, doqueiro, trapicheiro, carpinteiro, mas principalmente, capoeirista, MESTRE DE CAPOEIRA e a chama de sua existência estará sempre acesa no coração e na mente de todos os capoeiristas regionais, recebendo assim o reconhecimento de várias gerações e a consagração de sua genialidade e da sua mais conhecida criação, a CAPOEIRA REGIONAL.

"O mestre Bimba foi um capoeirista excepcional, um criativo tocador de berimbau e cantor de mão cheia. Era homem de personalidade forte e marcante".  (Trecho do Livro de mestre Nestor Capoeira)